Pateira de Fermentelos
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A Pateira de Fermentelos, ou simplesmente Pateira, destaca-se a nível local, regional, nacional e inclusive a nível internacional por ser a maior lagoa natural da Península Ibérica.
Tem um impacte muito elevado na regulação dos ciclos hidrológicos da rede dendrítica de cursos de água que compõem a bacia em que se insere. Surge como um espraiamento do rio Cértima na sua confluência com o rio Águeda.
A sua elevada relevância para a conservação da natureza e a sua importância como zona húmida possibilitou a sua inclusão na Rede Natura 2000, como ZPE( PTZPE 0004) e, coincidentemente, como parte integrante da SIC da Ria de Aveiro (PTCON0061).
A Pateira e o seu entorno destaca-se em termos de diversidade faunística pela presença de um numerosa quantidade de espécies da avifauna, residentes como migratórias.
Podem ser observadas diversas espécies com estatuto legal de proteção, como o Ixobrychus minutus (garçote), Ardea purpúrea (garça vermelha), águia-sapeira (Circus aeruginosus), milhafre-preto (Milvus migrans), entre outros.
Como é natural e esperado numa zona húmida desta dimensão diversas espécies da ictiofauna se encontram referidas como de potencial ocorrência, algumas com estatuto de proteção comunitária, como Chondostroma lusitanicum, Rutilus macrolepidotus, Rutilus alburnoides, Barbus bocagei, Chondostroma polylepis (anexos II e / ou V da Diretiva Habitats).
Salienta-se a presença de um bivalve de água doce, a Anodonta, presente na Pateira de Fermentelos e que pelas dimensões que pode atingir, é uma espécie emblemática na região.
Em termos da sua riqueza florística, deve ser apontada a presença referenciada de pelo menos duas espécies com interesse comunitário: Ruscus aculeatus (gilbardeira) do anexo B-V da Diretiva Habitats e a Marsilea quadrifolia (trevo-de-quatro-folhas), feto de lata distribuição europeia mas muito raro no nosso país, incluído nos anexos B-II e B-IV da Diretiva Habitats.
Também interessante é a ocorrência de plantas carnívoras nas redondezas, em zonas encharcadas ou muito húmidas, do qual é exemplo a pequena Pinguicola lusitanica.
A vegetação dominante é palustre com comunidades monoestratificadas ou pauciestratificadas de megafórbias (um ou vários estratos de plantas de grandes dimensões), tal como Typhas sp., Scirpoides sp., Juncus sp. que desempenham um papel fundamental como habitat para alimentação, refúgio e local de reprodução / nidificação da fauna presente.
A vegetação do estrato arbustivo e arbóreo, corresponde a vestígios de bosques e florestas das margens de corpos de água, com presença de espécies como Alnus glutinosa (amieiro), Populus nigra (choupo-negro), Salix alba (salgueiro-branco), Salix atrocinerea (borrazeira preta), Populus alba (choupo branco), Fraxinus angustifolia (freixo), Sambucus nigra (sabugueiro), Crataegus monogyna (pilriteiro ou espinheiro branco), Ulmus minor (ulmeiro), etc.