
7437
Município2694
Câmara Municipal4066
Assembleia Municipal7528
Freguesias45
Competências das Freguesias5722
Aguada de Cima6740
Águeda e Borralha742
Barrô e Aguada de Baixo4246
Belazaima do Chão, Castanheira do Vouga e Agadão4571
Fermentelos9409
Macinhata do Vouga1883
Préstimo e Macieira de Alcoba3705
Recardães e Espinhel4259
Travassô e Óis da Ribeira3484
Trofa, Segadães e Lamas do Vouga6584
Valongo do Vouga
4751
Planos Municipais de Ordenamento Território4115
Plano Estratégico do Concelho de Águeda3200
Obras Municipais6213
Orçamento Participativo7394
Recursos Humanos7757
Heráldica1921
Documentos2251
Transferência Bancária à Câmara Municipal3609
Boletim Municipal
9832
Viver em Águeda9116
Espaço Informativo6848
Ação Social2825
Águeda Solidária3623
Banco Local Voluntariado de Águeda7869
Bolsas de Estudo5483
Campanha “Papel por Alimentos”7685
Comissão de Protecção de Crianças e Jovens6427
Habitação Social4870
Porta 65 Jovem8162
Programa de Apoio às Organizações de Solidariedade Social4769
Rede Social7441
Estratégia Local de Habitação7698
Projeto de Mediação Municipal e Intercultural - "Igualdade na Diversidade"9094
Serviço de Preparação Individualizada da Medicação - PIM1492
SOS Solidão8329
Programa abem: Rede Solidária do Medicamento7195
Prémio Autarquias + Familiarmente Responsáveis6102
Selo "Comunidades Pró-Envelhecimento"
376
Ambiente e Sustentabilidade4269
Agência para Sustentabilidade e Competitividade2791
Agenda 21 Local7058
Água1874
Biodiversidade e Conservação da Natureza9862
Educação para o Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável2392
Estrutura Ecológica Municipal4142
Animais6304
Hortas D’Águeda6756
Mobilidade Suave5172
beÁgueda2092
Ar e Ruído258
Laboratório Vivo para a Descarbonização6387
Observatório de Energia e Sustentabilidade4308
Atividades de Gestão Ambiental da Câmara Municipal de Águeda4673
Energia e Alterações Climáticas3475
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 20304923
LIFE Águeda3497
Parques e Zonas verdes7699
Resíduos9966
Sabia que…
7451
Associativismo412
Cultura1707
Desporto6399
Desenvolvimento Económico9387
Educação58
Conselho Municipal de Educação8703
Carta Educativa do Concelho6359
Escolas do Concelho7633
Ação Social Escolar5528
Atividades de Animação e Apoio à Família – AAAF540
Atividades de Enriquecimento Curricular9488
Águeda Educação +1184
Terapia da Fala542
Águeda - Férias em Movimento4485
Refeições Escolares3686
Serviço de Psicologia8333
Plano de Atividades da Autarquia271
Prémios Escolares1345
Regime de Fruta Escolar4835
Transportes Escolares
2750
Fiscalidade Municipio de Águeda8239
Regeneração Urbana5701
Juventude599
Conselho Municipal da Juventude2509
Assembleia Municipal Jovem6604
Associativismo Juvenil7266
Associações de Estudantes4666
PAAJ1287
Centro de Juventude de Águeda4777
Os projetos Erasmus + Juventude em Ação do CJA2364
SIYS – Social Inclusion Through Youth and Sport8359
Projeto de Serviço Voluntário Europeu - EUCulture@Águeda3712
Projeto Internacional - Grandpa Tell me More!6280
Projeto de Voluntariado (SVE) – VolunteersPoint6364
Training Course - Social Entrepreneurship: Change Agents4759
Projeto de Intercâmbio Jovem – Open Your Arms2095
Projeto de Voluntariado – Volunteers Point 2.06495
Projeto de Voluntariado – Águeda Volunteering Land1879
Projeto de Intercâmbio Jovem – Together for Diversity
5572
As atividades desenvolvidas pelo CJA7792
Entrega de Prémios e Boas Práticas do programa Erasmus+6679
EVS for Social Inclusion4610
RAY -Research Analysis Youth in Action2035
Ação de Divulgação na entrada das escolas5288
Ação de Rua – Uma Sugestão por um Brinde5994
Inauguração do Centro de Juventude de Águeda e da Loja Europa Jovem4449
Reunião com os Clubes Europeus das escolas de Águeda8301
II Conferência Nacional de Lojas Europa Jovem1705
Visita da Agência Nacional Erasmus+ à Loja Europa Jovem4724
Formação – Joining the Dots: Creating Entrepreneurial Networks3679
II Encontro Nacional de Multiplicadores Eurodesk734
Encontro de Preparação da Semana Europeia da Juventude 20174176
Agência Nacional Erasmus+ - Ideas Lab1455
15º Encontro Nacional de Associações Juvenis4901
Formação de Beneficiários Erasmus+1119
Sessões de Informação – ES Adolfo Portela1970
Sessão de Informação - ESTGA2556
Alley-Europe – Tarde Desportiva no Ginásio Clube de Águeda7160
Hotspot Europa – Dia Aberto da Marques de Castilho7950
European Party – Festa Temática1374
Ação de Rua – Mercado Municipal de Águeda4399
Sessões de Informação – EB 2,3 Fernando Caldeira3871
Formação – Training of Facilitators3747
Formação – Academia de Desenvolvimento Juvenil - Apoio ao Trabalho Juvenil a Nível Municipal3185
Stand Loja Europa Jovem – Agitágueda 20176723
Ação de Divulgação do CJÁgueda5066
Time to Move9216
Young Leaders International Meeting5537
Dia dos Mortos (México)901
Dia do Voluntariado387
Presença na Unidade Multideficiência1292
Debate Igualdade de Género5779
Património Unesco7178
Jogo Erasmus+ Viver a Europa5726
Apresentação do Dia das Vítimas do Holocausto5353
Celebração do Dia dos Candelabros6446
Projeto Pessoal da voluntária Ronja Stief1076
Visita ao Espaço Europa, Centro de Informação Europeia Jacques Delors, ao Palácio de São Bento e à Assembleia da República8848
Projeto Pessoal da voluntária Veronica Bellisario6923
Tu na Europa4002
Dia Aberto na Escola Secundária Marques de Castilho1646
Viver a Europa7264
Empowered Women1144
Dia do Agrupamento5711
Cabeço Santo4932
Time to Move8106
Dia Internacional da Cidade7007
Pré-sessão ao ENJ 20187403
Dia do Voluntário3726
Visita ao Centro Comunitário Gafanha do Carmo6655
Encontro Nacional da Juventude 20181495
Young Leaders International Meeting II Edition
1300
Links de interesse
7017
Tecnologias da Informação4156
Agueda.tv6889
Central Telefónica3709
Classificador Geral do Município12
Datacenter6616
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Hotspot Águeda8938
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SAMA Freguesias1430
Serviços Online6283
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Serviços na Cloud6662
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Faturação Eletrónica9976
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TIC Digital7190
Gestão e Serviço de Telemóveis9581
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- Estação Arqueológica do Cabeço do Vouga
Estação Arqueológica do Cabeço do Vouga
AVISO |
A Estação Arqueológica do Cabeço do Vouga encontra-se encerrada ao público, reabrindo assim que se reúnam as condições necessárias para a realização de visitas. |
A Estação Arqueológica cobre duas cumeadas aplanadas, de área desigual e de altimetria diversa, implantadas entre o rio Vouga a norte e o rio Marnel a sul. A sua excelente posição geográfica levou a que, pelo menos, desde a Idade do Bronze aí se tenham estabelecido populações, mantendo-se o local ocupado até à Idade Média. Será contudo, durante a Idade do Ferro e a época romana que mais expressiva se tornou a ocupação do sítio, tanto no cabeço aplanado designado por Cabeço Redondo, como no que lhe fica fronteiro, a sul, designado Cabeço da Mina. Em ambos os sítios foram levadas a cabo ações arqueológicas, a partir dos anos 40, embora sejam os dados existentes no sítio da Mina, aqueles que melhor se tornariam conhecidos, na sequência das escavações de Rocha Madahil em 1941.
Os trabalhos realizados por aquele investigador estiveram inclusive na origem da classificação do Cabeço do Vouga como Imóvel de Interesse Público (Decreto n.º 36383 de 28/6/1947), dada a monumentalidade das ruínas postas então a descoberto e que foram “documentadas” em planta (cf. planta de Rocha Madahil, abaixo). Posteriormente, nos anos 60, novos trabalhos terão lugar no sítio da Mina, embora sem continuidade e dos quais não se conhecem os resultados obtidos. Só nos finais dos anos 90 serão retomados os estudos arqueológicos, agora de forma sistemática, com vista ao conhecimento do povoamento do sítio, em particular, e do Cabeço do Vouga em geral, dada a ocupação se estender por ambos os cumes. Tais ações iniciaram-se no ano de 1996, no sítio da Mina, devido à existência de vestígios arquitetónicos imponentes, a necessitarem de estudo e da implementação de ações de conservação e restauro.
Planta do Dr. Rocha Madahil na revista Arquivo do Distrito de Aveiro
O sítio da Mina constitui a plataforma inferior do Cabeço do Vouga, à altitude de cerca de 63 metros a. n. m. m., de planta subcircular e ocupando uma área de cerca de 2 hectares. Nesta plataforma, as escavações realizadas nos últimos anos, permitiram um melhor conhecimento do sítio e uma reavaliação dos dados até então conhecidos. Deste modo, confirma-se a existência de duas grandes ocupações no sítio da Mina: a Idade do Ferro e o Romano, a par de outras mais vestigiais – a Idade do Bronze e o medieval.
Idade do Bronze
Os primeiros vestígios da ocupação humana do sítio da Mina remontam à Idade do Bronze, estando evidenciados em alguns sedimentos sob a base rochosa de arenito.
O habitat era muito simples, constituído essencialmente por cabanas redondas ou ovaladas, com cobertura de aparência cónica, em que uma armação de madeira entrelaçada constituía a estrutura, sendo depois revestida com argila, no caso das paredes, ou com colmo, no caso cobertura.
Moinhos manuais, raspadeiras, goivas e vários tipos de cerâmicas constituem os principais itens recolhidos. Esses materiais arqueológicos permitem-nos distinguir duas fases de ocupação, uma associada ao Bronze Antigo e uma outra ao Bronze Final. Da primeira fase, predominam os instrumentos líticos, talhados e polidos, e a cerâmica manual não decorada. Relativamente à segunda fase, as cerâmicas carenadas e de superfícies brunidas constituem os principais materiais recolhidos.
Idade do Ferro
Os vestígios desta época distribuem-se por várias fases de ocupação, de que a mais antiga está representada por construções de planta circular, seguindo-se-lhe no tempo, edifícios de plantas oblongas ou subrectangulares, de pequeno aparelho e muros de dupla face, rudemente talhados, com alguma argamassa à base de terra e pedra miúda. Em alguns casos, os muros foram parcialmente talhados no próprio afloramento de arenito.
Internamente apresentam o característico “buraco de poste”, para sustentação das coberturas, as quais deveriam ser construídas em materiais perecíveis de que nada chegou aos nossos dias – com a influência romana, algumas destas construções passarão a ter telhados em cerâmica dita industrial, tegulae e imbrices, do mesmo modo que do chão de terra batida se passará para a aplicação de lateres de revestimento.
Época Romana
Com a romanização, a ocupação no sítio da Mina irá sofrer profundas modificações: os materiais de construção e as técnicas construtivas são profundamente alterados; devido à sua integração no mundo romano, chegam aqui produtos de diferentes regiões, transportados em contentores até então nunca vistos – ânforas; a baixela de cozinha e de mesa é profundamente renovada tanto ao nível da qualidade e quantidade, como pelo aumento da diversidade de formas; os metais – ouro, bronze e ferro – conhecem uma ampla difusão. No conjunto, os usos e os costumes serão fortemente influenciados por estes conquistadores oriundos do Mediterrâneo. Ao nível arquitetónico, a presença romana está documentada, essencialmente, por alicerces de construções de planta retângular, com muros de dupla face, pedras bem esquadriadas e superfícies regularizadas a pico de ferro; no assentamento das pedras não foi utilizada, na maioria dos casos, qualquer argamassa e o interior destes espaços revela desbaste das irregularidades. A utilização da cobertura em telha (tegulae e imbrices) generaliza-se, assim como o revestimento do chão em tijoleira ou later; em alguns casos, o chão teve aplicação de reboco, a que foi adicionado pigmento colorido. Contudo, a ocupação romana do sítio da Mina, do ponto de vista construtivo, não se fica apenas pela existência destes e outros alicerces de construções. A expressão mais visível da ocupação romana, na Mina, está materializada pela existência de um edifício de planta retângular, definido por Rocha Madahil em 1941.
As recentes escavações demonstraram estar-se perante um edifício de natureza político-militar, do tipo castellum, de fábrica romana, construído em época que ainda não se pode precisar, com exatidão. Este edifício, constituído por um corpo retângular simples, sofreu várias alterações ao longo do tempo, sendo as mais relevantes a construção de dois conjuntos arquitetónicos independentes: um constituído por uma fiada de pelo menos quatro estruturas semicirculares, adossadas à face interna do par amento noroeste e um muro, duplamente reforçado com pilastras, adossado à face interior do paramento norte. Ambas arquiteturas constituem uma engenhosa contrafortagem da parede noroeste.
Ao longo destes últimos anos de intervenções arqueológicas, muito e diversificado tem sido o material arqueológico recolhido nas várias áreas intervencionadas. O mesmo distribui-se por uma cronologia alargada sendo a Idade do Ferro e, em particular, a Época Romana Imperial, aquelas para as quais os dados se apresentam melhor documentados. Com efeito, exceptuando-se alguns ténues testemunhos arqueológicos da cultura material da Idade do Bronze e da Alta Idade Média, em contrapartida, abundam os vestígios das duas épocas acima referidas. Para a Idade do Ferro, o grosso do mobiliário arqueológico vai para a cerâmica de fabrico manual e a torno, de utilização na cozinha e na mesa, predominando as formas não decoradas ou com decoração que repete motivos da Idade do Bronze. Características desta época são ainda os fragmentos de recipientes cerâmicos com decoração estampilhada, nas pastas frescas. Ainda integráveis na Idade do Ferro, contam-se algumas contas de pasta vítrea, policroma – as contas oculadas, a que alguns autores atribuem uma filiação no mundo mediterrânico.
O mundo romano é, por sua vez, muito mais complexo e a sua panóplia de itens da cultura material, mais diversificada, abarcando um quadro cronológico-cultural bem mais alargado. É de facto a época onde, a par dos materiais de uso comum, local e regional, como a cerâmica de cozinha e de mesa, estão presentes itens de proveniência exógena, no quadro de um comércio a larga escala. A este nível merecem particular destaque as cerâmicas moldadas, como as sigillatas e que constituem a baixela de mesa por excelência, as quais convivem a par com as cerâmicas de cozinha, de fabrico local, como potes e panelas. Outras cerâmicas também aqui representadas, consistem em recipientes para transporte a longas distâncias – ânforas vinárias e oleárias. Trata-se de um tipo de contentor que conheceu grande difusão no mundo romano e de que se conhecem alguns exemplares no sítio da Mina.
Além dos materiais cerâmicos de uso doméstico, comercial e industrial - tegulae, imbrices e lateres, utilizadas para a cobertura dos edifícios e revestimento dos solos de ocupação, outros materiais de utilização quotidiana como o vidro, encontram-se documentados no sítio da Mina, assim como elementos e ou aplicações de mobiliário, em bronze, se bem que com menor representatividade. Ao nível dos elementos de adorno, sobressaem as contas de colar em pasta de vidro, policromas, assim como se contam aplicações que conheceram também grande difusão na época romana, como as fíbulas e/ou fivelas em bronze, em particular as características fíbulas em ómega, a par de outros elementos de vestuário e/ou adorno, também em bronze e ainda em metais nobres. De um modo geral, à escala do sítio arqueológico da Mina, encontram-se documentados todo um conjunto de itens representativos da cultura material característica da época romana, idênticos aos que têm sido localizados em outros locais arqueológicos com a mesma ambiência cronológica e cultural. Por tudo isto e o mais que se verá, com a continuação dos trabalhos, o sítio arqueológico da Mina, em particular e o Cabeço do Vouga, no geral, constituem pólos significativos de uma estratégia de povoamento da região do Baixo Vouga, que importa conhecer em profundidade, na sua dimensão diacrónica e cultural.
Um sítio, entre dois rios, na planície costeira
Trecho do Vouga
Localizado na margem esquerda de um meandro do Rio Vouga, num ponto de viragem do rio, antes deste originar o delta de Aveiro e se lançar no mar, o sítio do Cabeço do Vouga, com ambas as cumeadas do Cabeço Redondo e do Cabeço da Mina, ergue-se imponente, com os seus perto de 90 metros de altitude a.n.m.m., sobre as terras chãs e alagadiças do vale do Vouga – as lamas do Vouga.
Trecho do Marnel
Contudo, não foi só este rio que traçou a fisionomia deste acidente geográfico de relevo peculiar mas, também, um seu afluente da margem esquerda e que lhe corre a sudoeste – o Rio Marnel. Ao longo do tempo, estas duas vias aquáticas ritmaram o dia a dia das populações que nas suas margens se estabeleceram e, ontem como hoje, se bem que em menor medida, delas dependiam. Tal favorável posição geográfica valeu a que, desde épocas recuadas, o homem aqui tenha estabelecido o seu solar. Primeiro, durante os tempos mais “obscuros” da História Humana, de que nos chegaram apenas alguns indícios: utensílios de uso quotidiano, em pedra, apenas talhada, nos terraços do Vouga, fruto de uma ocupação eminentemente fluvial e de características sazonais. Durante o Neolítico e o Calcolítico, pastores e agricultores estabelecem-se na região e, se dos seus povoados não se conhecem vestígios significativos, em contrapartida legaram-nos as sepulturas dos seus antepassados, de que a característica “mamoa” imprime um cunho particularista a uma paisagem cada vez mais humanizada.
Na Idade do Bronze, com uma maior sedentarização do habitat, fruto de desenvolvimentos vários, assiste-se a uma ocupação humana nas colinas sobranceiras ao Vouga e ao Marnel; surgem os primeiros povoados fortificados na região. É desde esta época que começa a gizar-se a ocupação do Cabeço do Vouga, pese embora o facto de os vestígios materiais não revelarem qualquer monumentalidade e estarem representados, principalmente, por ténues indícios: alguns fragmentos cerâmicos característicos desta época e similares aos encontrados em outras regiões mas integráveis num mesmo contexto cronológico-cultural. Já a Idade do Ferro, e até à conquista romana, deixar-nos-á bem maior percentagem de testemunhos da cultura material.
É contudo a época imperial romana, aquela que aqui melhor se encontra representada. Este povoado, integrado nas províncias romanas, isto é, pertença de um mesmo mundo económico, social e político, em que as redes de trocas a grandes distâncias se encontram também aqui bem documentadas, quer nas cerâmicas de mesa, de importação; no vasilhame de transporte – ânforas; no vidro; nos artefactos de bronze – fíbulas e apliques de mobiliário, entre muitos outros itens que espelham de forma sintomática a expressão que, também aqui, a romanização não deixou de revestir, seguindo o padrão comum a todo o território sob domínio romano. Com a Idade Média, em particular a Alta Idade Média, o panorama altera-se significativamente: os centros urbanos ruralizam-se, a economia decai e vive-se em autarcia; os centros de decisão desaparecem ou pulverizam-se. É uma época para a qual, no caso específico do Cabeço do Vouga, os dados são escassíssimos, particularmente ao nível da cultura material. A perda de importância do local, enquanto ponto geoestratégico de uma política comum, foi por certo a grande responsável pelo abandono das gentes e do decaimento do povoado, até à sua completa extinção, que terá ocorrido durante a Alta Idade Média – não por força de invasões e ou presores, mas pela ineficácia que então o oppidum detinha e que não convidava à fixação mas, ao abandono e estabelecimento em outros pontos do Vouga e do Marnel, mais propícios às novas e já velhas, actividades agrícolas.
Acessibilidades
Se está a sul de Águeda, em Coimbra
tome o IC 2/EN 1, em direcção ao Porto; depois de atravessar Águeda, na zona da Mourisca iniciar-se-á a descida para o Marnel e para o Vouga. Quando começa a avistar do seu lado direito, a Ponte do Marnel, alguns metros mais à frente surgirá um entroncamento à sua esquerda (antes de atravessar o rio Vouga), para onde deve cortar, com as indicações: "Valongo", "Macinhata", "Museu Ferroviário" e "Estação Arqueológica". A partir daí basta seguir as indicações da sinalética vertical de "Estação Arqueológica".
Se está a norte de Águeda, no Porto
tome o IC 2/EN 1, e depois de passar por Albergaria continue para sul (cerca de 5 km), imediatamente depois de atravessar a Ponte sobre o rio Vouga, surgirá um entroncamento à sua direita, para onde deve cortar, com as indicações: "Valongo", "Macinhata", "Museu Ferroviário" e "Estação Arqueológica". A partir daí basta seguir as indicações da sinalética vertical de "Estação Arqueológica".
Localização
Lamas do Vouga
Concelho: Águeda
Distrito: Aveiro
GPS:
40º 38' 11,55'' N
8º 27' 50,40'' W
AVISO |
A Estação Arqueológica do Cabeço do Vouga encontra-se encerrada ao público, reabrindo assim que se reúnam as condições necessárias para a realização de visitas. |
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